As mordidas são uma das formas de agressão comuns na primeira infância, geralmente ocorrendo entre crianças de um a três anos de idade. Para entender as mordidas na educação infantil sob um olhar psicológico, é importante levar em consideração o desenvolvimento cognitivo e emocional da criança.
Durante a primeira infância, as crianças estão aprendendo a lidar com suas emoções e a expressá-las de maneira adequada. Elas ainda estão desenvolvendo habilidades sociais, como a capacidade de compartilhar, esperar a vez e negociar com os outros. A mordida pode ser uma forma de expressar frustração, raiva, medo, ciúmes ou simplesmente uma curiosidade sobre o mundo que as cerca.
“A educação é um processo que continua ao longo de toda a vida, mas os pilares estão na educação da família e da escola”.
Quando questionados sobre o por que as crianças mordem, o Psicanalista Vanderley Martins, estabelece que:
“As crianças de 0 a 2 anos demonstram suas necessidades e expressões por meio da boca. Essa fase é descrita como Fase Oral e compreende tanto a sucção quanto a mordida”.
Além disso, as crianças nessa faixa etária estão experimentando diferentes formas de interação social e podem morder como uma forma de explorar as reações dos outros ou de chamar a atenção.
“No início desse processo é comum que a criança não perceba os objetos como tal, visto que, por muito tempo ela acredita que ela e a mãe são o mesmo ser. Assim, é apenas depois dos primeiros meses é que ela consegue distinguir que ela é algo, e o objeto são objetos”.
A boca desempenha um papel fundamental no momento de descoberta dos bebês, pois é através dela que eles começam a explorar e interagir com o mundo ao seu redor. Os bebês têm um reflexo de sucção que os ajuda a mamar e obter nutrição, mas esse reflexo também os incentiva a colocar objetos e as mãos na boca, o que lhes permite explorar a textura, sabor e forma dos objetos.
Além disso, a boca é uma das primeiras partes do corpo humano que se desenvolve e se conecta com o cérebro. A língua e os lábios são extremamente sensíveis e estão cheios de receptores nervosos que permitem que os bebês experimentem diferentes sensações táteis e gustativas. A estimulação desses receptores nervosos ajuda a desenvolver a coordenação motora e a habilidade de falar.
O Psicanalista completa:
“Após essa fase, quando o bebê conseguir agarrar o objetos com as mãos, nada vai passar despercebido por essa vontade de explorar o mundo e dessa maneira, junto com o crescimento dos primeiros dentes, a mordida vai se tornar a forma mais prazerosa de descobrir o mundo.
É importante lembrar que as crianças nessa idade ainda estão aprendendo a reconhecer e controlar suas emoções, e podem morder como uma forma de lidar com esses sentimentos intensos. A mordida pode acontecer tanto dentro de casa, seja nos familiares ou em brinquedos, quanto na escola em um momento de frustração, raiva, ciúmes, disputa ou uma simples resolução de conflitos. Contudo, vale a pena ressaltar que esse comportamento é considerado aceitável, até mais ou menos os três anos de idade. A partir dai já podemos colocar limites.
Ele completa dizendo que: “Existe uma regra interessante para se trabalhar com as crianças que tem como principio: respeitar o limite de onde termina o seu corpo e onde começa o corpo do colega”.
E a escola? Como pode agir nesses momentos?
Na educação infantil, é importante que os educadores estejam preparados para lidar com as mordidas de maneira adequada. É fundamental que as crianças se sintam seguras e apoiadas emocionalmente, e que os educadores estejam disponíveis para ouvi-las e ajudá-las a compreender suas emoções. É importante também que sejam estabelecidas regras claras e consistentes para o comportamento social, e que os educadores orientem as crianças sobre alternativas adequadas para lidar com suas emoções, como falar sobre seus sentimentos ou pedir ajuda.
Sobre essa visão, o profissional ressalta que: “As mordidas são comuns em escolas de Educação Infantil, mesmo que as instituições estejam comprometidas em evitá-las. Todavia é importante que haja um acolhimento das famílias para que elas façam parte e entendam como funciona todo esse processo”.
Os educadores devem evitar a punição ou a repreensão excessiva, pois isso pode aumentar a ansiedade e a insegurança da criança. Em vez disso, é importante que os educadores trabalhem em colaboração com os pais e responsáveis, buscando compreender o contexto em que a mordida ocorreu e desenvolver estratégias para ajudar a criança a lidar com seus sentimentos de maneira mais adequada.
Em resumo, as mordidas na educação infantil podem ser entendidas como uma forma de expressão de emoções intensas ou de experimentação social. É importante que os educadores estejam preparados para lidar com essa situação de maneira adequada, oferecendo apoio emocional e estabelecendo regras claras e consistentes para o comportamento social.
Durante esse processo, a família desempenha um papel fundamental em trabalhar com a escola em casos de mordidas na educação infantil. Os responsáveis pela criança que mordeu, pode estabelecer um diálogo com o seu filho e dizer que essa atitude não é legal, é uma atitude que machuca e deixam os colegas tristes”. Por outro lado, os papais de quem sofrem essas ações pode procurar a escola para tentar entender a situação, mas com a consciência de que isso é uma coisa normal e pode ser resolvida com tranquilidade.
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